O jovem Afonso Henriques, para quem quase nada era impossível, perdeu-se de amores por Châmoa Gomes. Filha de Gomes Nunes de Pombeiro, a bela mulher pertencia à alta nobreza galega e casou com Paio Soares da Maia de Pombeiro de quem teve três filhos e de quem enviuvou cedo. Depois de enviuvar, Châmoa Gomes ingressou no mosteiro de Vairão e terá tido uma outra paixão fugaz, engravidando, o que a levou a deixar o convento, ato proibido pelas regras da Igreja na altura. Dona de enorme beleza, e com este passado atribulado, a nobre galega terá conquistado o coração de Afonso Henriques. Amante do rei, e sem possibilidades de algum dia ser rainha, a nobre galega teve pelo menos um filho fruto deste amor, D. Fernando Afonso.
O Prof. Freitas do Amaral, na sua biografia de Afonso Henriques explica:
“…não foi apenas uma ligação amorosa de que nasceu um filho. Foi muito mais do que isso: D. Afonso Henriques – no auge da sua pujança pessoal e da sua trajetória militar e política – conhece uma mulher, de quem se enamora intensamente, e que será a grande paixão da sua vida (…) é uma rapariga da melhor nobreza galega, jovem e bonita por certo, de seu nome Flâmula Gomes, que é nem mais nem menos do que uma sobrinha de Fernão Peres de Trava – o amante de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques (…) Com ela terá querido, empenhadamente, casar.”